quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Maratona do Porto – Mão à palmatoria

Este post correu o risco de ser o mais curto da (curta) historia do Xico Da Boina.

Podia ser:


Fui ao Porto corri 42 km no asfalto e regressei a casa.


Mas não, não mesmo!!!

Sinceramente não queria que assim fosse, pelas razões que já expliquei no post anterior. Uma prova desta dimensão e com todas a historia evolvente merecia mais do que estava disposto a dar.

Devido ao post anterior, na véspera e ante véspera da prova recebi mensagens, telefonemas de animo e alento. Não é que aqueles amigos (os de infância, juventude) me ligaram a horas impróprias? A sorte é que já os conheço há muito tempo e depois de termos falado por volta da meia noite desliguei o telemóvel não fossem eles pregar uma partida.

Quando acordei às 6:15 recebi um sms a indicar que tinha uma nova mensagem de voz… Ainda pensei ligar mal acordei, mas corria o risco de estarem acordados e não tinha muito tempo para conversas. Ouvi… e aquilo é de rebolar a rir. Enquanto ouvia, imaginei uma mesa redonda com copos, garrafas de jeropiga e castanhas assadas e o telemóvel a rodar de mão em mão e cada uma disse o que quis e conseguiu!

Sim, estou a dizer que estavam borrachos. Ai não gostam? Quem manda ligarem as pessoas a essa horas!?

O que é certo é que funcionou como um grande estimulo e nos momentos mais difíceis lembrei me de todas as mensagens de incentivo!

Obrigado por me apoiarem e não criticarem nem menosprezarem este meu hobby.




07:30 da manhã parte da comitiva Correr Lisboa sai do hotel em direcção ao pavilhão Rosa Mota, ponto de encontro do Vicentes. Por lá estivemos em grande cavaqueira com outros amigos corredores, sempre num ambiente tranquilo sem tensões.

Embora sem querer demonstrar a Inês parecia estar um pouco preocupada comigo e com o que podia acontecer.

Eu nem pestanejava: Calma, vai correr tudo bem. Já fiz mais km e já corri durante 10h seguidas.


Mas nunca fizeste a maratona, é diferente, vai devagar e tem cuidado.


Eu estava super tranquilo.

Entramos pela porta B que era utilizada para os atletas que pretendiam fazer a prova entre as 3:15 e 3:45. Lá estavam os Vicentes Bruno, Pedro, Tiago, Heitor, David e eu. Eramos apenas 6 dos 32 bravos atletas que se propuseram a correr pelas ruas da cidade invicta. Cumprimentamo-nos desejando sorte a todos.

Não somos adversários, somos companheiros de corrida, de equipa, partilhamos o mesmo gosto que é correr.



Caiu-me a ficha quando olhei na direcção dos insufláveis e vi que o inicio da prova tinha uma subida a perder de vista e disse vou dar o estoiro.

O Tigas (Tiago) sorriu ao género, Xico eu bem tenho dito que isto não é trail, tem calma contigo.

Senti medo e respeito pela prova, algo que já não sentia há muito tempo.

Isto, não por me achar super atleta, mas por encarar todas as provas que tenho feito como se de um treino se tratasse.

Todas as épocas desportivas tenho um grande objectivo, uma meta a cruzar. Todas as outras que a antecedam são apenas preparação para a tal. É assim que encaro e por isso ando sempre tão tranquilo nas vésperas dos tais desafios.

Tenho que admitir que desta vez errei por não ter dado grande importância a Maratona. Fiz uma excelente prova eu sei, senti um enorme orgulho e satisfação quando cruzei a Meta.

Mas…

Devia ter-me preparado melhor, ter lido mais relatos de corredores de elite e de pelotão, devia ter procurado motivação para me provocar adrenalina, ou seja, devia ter namorado mais a Maratona.

Este namoro até podia resultar num pior tempo final, mas ainda assim, ficaria de consciência tranquila que tinha feito tudo o que estava ao meu alcance para fazer da XI Maratona do Porto, a minha Maratona.

Voltamos à historia do OMD 2014, em que a mochila e hidratação não funcionou e fiquei com isso atravessado.

Agora já tenho duas espinhas atravessadas na garganta que tenho que resolver já em 2015.

Voltei ao asfalto pela porta grande e adorei!!!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Maratona do Porto

A estreia em Maratona de estrada.

Desde que corro, sonho em realizar a Maratona. Não uma maratona qualquer, a Maratona onde tudo começou.

No ano 490 a.c Feidípedes correu cerca de 40 km entre o campo de batalha de Maratona até Atenas para avisar aos cidadãos da cidade da vitória dos exércitos atenienses contra os persas e morrido de exaustão após cumprir a missão.

Desde que calço os ténis de corrida muita coisa mudou. A minha paixão pela trail runing veio aumentando de dia para dia e o entusiasmo pelas provas de estrada tem vindo a diminuir exponencialmente.

Não estou preparado para fazer um grande tempo na prova, não tenho feitos muitos km em estrada e os que faço só por uma vez passaram os 27 km, o que é realmente muito pouco para quem ambiciona completar a prova rainha do atletismo.

Lembro-me da minha estreia na meia maratona estava ansioso e cheio de vontade de alcançar a meta.

Hoje nada disto se passa, estou tão tranquilo como num dia de treino e sinto-me mal com isso.

Enquanto atleta tenho que estar sempre com a ficha ligada, a viver ao máximo todos os momentos e desafios que me proponho.

Esta minha apatia deixa-me chateado.

Hoje para tentar que o bichinho tome conta dos meus pensamentos decidi escrever para me sentir mais nervoso e tentar criar um objectivo e um compromisso tão grande como a prova de domingo.

O amigo Simão parecia estar a adivinhar esta minha angustia e durante a semana enviou através do youtube o video:


A amizade é mesmo assim!

Dei comigo a pensar, quantos amigos tenho que já fizeram uma Maratona? 

Não amigos que a corrida me apresentou, amigos que tenho desde sempre, desde a infância, juventude, universidade?

Um, tenho um amigo que é Maratonista, o Luzio que é o meu companheiro da corrida.

Ora bem, se eu tenho um, os meus amigos, esses tais, de sempre, também têm um, alguns nem isso.

Por isso tenho que fazer o meu melhor e ligar a ficha o mais rápido possível, que isto não é só ir ao Porto fazer 42km e vir para casa como se nada fosse.

Nã não, o grupo dos Maratonistas merece mais respeito do que o que tenho tido até então.

Xico da Boina abre a pestana e faz o favor de dar às pernocas!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Corrida Sporting – Uma corrida especial

Hoje, faz exactamente 2 anos que comecei a correr. Tudo começou na 2ª edição da Corrida Sporting, 14-10-2012.

Bem, não foi exactamente neste dia que comecei a correr, antes já o fazia. Corria para apanhar o autocarro, para atravessar a rua, para ir a casa de banho num momento difícil, para fugir da chuva,para não chegar atrasado as aulas, esta parte é mentira, mas fica bem dizer :)

E o que eu corria para não perder um segundo de um jogo do Sporting!? Parecia mesmo o Obikwelu a fazer aqueles sprints que só ele sabe!

Desde que me lembro que corro e nem sempre gostei.

Certo dia era eu uma criança com uns 5/6 anos, estávamos a passar férias na Figueira da Foz. Num dos passeios nocturnos levava pela trela o cão da prima Nelinha, o Pinóquio. Adorava aquele cão. Não sei que se passou, mas o bicho fez um daqueles sprints do Obiwelu e não estava a contar com aquilo, tropecei em algo e lá fui eu de cara ao chão.

Levantei-me e olhei para o Pinóquio e vi que ele também estava triste com o episódio. Nada de especial, nem sequer me lembro se fiz algum arranhão.

Quando era criança fazia imenso desporto e o atletismo não era excepção. Sempre que havia uma prova na Covilhã e/ou arredores lá ia com os amigos a representar o CCD do Rodrigo (ex CPT do Rodrigo).

Era uma festa, pura diversão. Nem sequer ambicionava tempos ou lugares, corria por brincadeira e convívio. Já soube que há umas quantas fotos desses tempos, em breve vou resgata-las!

Passado mais de 20 anos, voltei a participar numa prova de atletismo.

2ª Edição Corrida do Sporting, 14-12-2012.

Nos meses que antecederam a prova, comecei a preparar-me para conseguir acabar os 10 km. Não foi nada fácil, corria 15 minutos e ficava completamente de rastos, só de imaginar que tinha 10 km pela frente até me causava suores. Lembro-me que na véspera estava tão ansioso que mal consegui dormir.

Lá estava eu e a Inês junto ao Estádio de Alvalade prontos para a minha estreia. Tínhamos o dorsal e chip e nem sequer sabíamos como usar aquilo. O dorsal era fácil, tinha o nome de cada um, este é meu, este é teu. O chip para colocar nas sapatilhas… ui, que é isto? Como se põe? Sei lá, ata aos atacadores e está a andar. Pois é, tal foi o mau jeito que acabamos por trocar os chips.

Corri com o dorsal Francisco Freire e chip Inês Barradas! Bonito!
Durante a prova fui correndo a medo entre a multidão e a pensar, isto é espectacular!

Milhares de pessoas correndo entre o estádio de Alvalade e o Marques de Pombal, sem transito. Uma perspectiva da cidade bem diferente do que estava habituado.

Cruzei a meta ao fim de 59 minutos com o nome Inês Barradas na classificação. Fiquei super contente ao entrar no meu estádio e ter pessoas a aplaudir e a gritar SPORTING!


A historia a partir desse dia vocês já conhecem: um pé à frente do outro.

Actualmente não estou no meu melhor momento, ainda assim, terminei 17 minutos mais cedo que a 1ª prova em que participei.



PS – Quanto mais corro no asfalto mais gosto de correr nos trilhos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

V de Vitoria

Está desvendado o mistério!

                                     

Obrigado por todas as opiniões, desde telefonemas, mensagens, e-mails, comentários, conversas…

Todas as distâncias foram referidas. Uns diziam 70, outros 100 e outros ainda mais loucos que eu 160…

Os 70 já estão conquistados, mas se tudo correr bem um dia volto a essa distância.

A história do entupimento da mochila que aconteceu este ano ainda me está atravessada na garganta. Quero acreditar que senão fosse isso conseguia fazer melhor.
Após alguma hesitação decidi abraçar este grande desafio, realizar 100Km na minha casa!

Além da distância ser superior a anterior, tem a dificuldade adicional de começar às 00:00 de sexta para sábado.

Desta vez além de ter que treinar muito mais e melhor que o ano anterior, tenho que treinar à noite com a luz do frontal (ainda vou ver de um Top Mundial).

A própria prova exigirá muito mais concentração e menos apreciação da paisagem.

Nada que meta medo ao Xico da Boina!

Ora bolas, sou um Serranito! Nós Serranitos, somos descendentes do Viriato.

Assi o Gentio diz. Responde o Gama:
– «Este que vês, pastor já foi de gado; 
Viriato sabemos que se chama, 
Destro na lança mais que no cajado; 
Injuriada tem de Roma a fama, 
Vencedor invencíbil, afamado. 
Não tem com ele, não, nem ter puderam, 
O primor que com Pirro já tiveram.
Lusiadas VIII, estância 6


Mais, sou o Xico da Boina, Viriato e ainda Vicente!

O Vicente tem a força da sua gente, que se apoia, que se une, que se ajuda.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O OMD 2015 começou!

A V edição do OMD já tem data marcada há algum tempo, 05-06-2015. 

Desde que terminou a IV edição que tenho a duvida em qual irei participar. 

Gostava de repetir a dose e desta vez tentar uma melhor classificação. Concluir esta prova é um grande feito, conseguir um lugar no pódio um verdadeiro sonho! 

Por outro lado, estou tentado em aumentar a distância, uma vez que superei os + de 72km com distinção. Concluí o desafio com tanta felicidade que nem sentia o cansaço e as dores.

Foram 9h55min de grande alegria, contemplando a paisagem magnifica da Serra que tanto gosto e que faz parte de mim desde pequeno. Para relembrar, terminei no honroso 6º lugar.

Os 100 Km é um marco que um ultra maratonista pretende alcançar. As 100milhas (160km) é um sonho a realizar.

Para aqueles que habitualmente não correm e mesmo para os que correm, podem dizer que estas distancias são uma completa loucura, e ainda por cima realizados na Serra da Estrela em condições atmosféricas e geográficas bastante difíceis.

Poderão perguntar: “Mas é preciso correr tantos km? Não é demais? Mas para quê?”

Pois… não consigo responder às perguntas, a não ser: “Porque não?”

Não há quem passe um dia inteiro na praia, ou na piscina, ou no ski…?

Porque não passar um dia a percorrer os trilhos da Serra? Parece-me de gente normal e não de louca!

Já escrevi tanto e não disse nada, vou direito ao assunto.

As inscrições para a V edição abriram hoje. O nervosismo e as duvidas instalaram-se, K 70? K 100? K 160?

Se for ao K70 é para fazer melhor, para tentar o tal pódio. E se não consigo? Arrependo-me de não ter arriscado as distancias maiores! 

Fazer o 100k ou 160k?

As duvidas são muitas:

- Não estou preparado;

- Como treinar para estas distancias e dificuldades;

- Correr de noite não me agrada;

………………………………..

Vai uma grande confusão nesta cabeça!!!

Cabeça da Velha - Sra do Desterro - Seia

Se leram este post até ao fim, digam lá de vossa justiça.

A que distancia deve ir o Xico da Boina?

K 70?

K 100?

K 160?

domingo, 14 de setembro de 2014

Reentré

No domingo passado voltei aos trilhos, confesso que já tinha saudades e que já estava a precisar de uma prova para superar. 

A prova escolhida foi os Trilhos dos Templários, 30k. O objectivo passava por fazer uma boa prova sem “puxar” muito e assim perceber o momento de forma que estou a atravessar.

Nas semanas antes treinei com alguma intensidade e com treinos sempre acima dos 10km, alguns deles com desnível positivo acima dos 400mts.

A prova parecia ser bastante soft, segundo o gráfico tinha um desnível positivo de 550 mts.

O que aconteceu realmente é que era uma prova ao género de montanha russa, ora descia muito, ora tínhamos que trepar paredes o que não me permitia correr e a progressão só era possível com a ajuda de uma corda.

Que dureza!!!

Assim que a organização disponibilizou a lista dos inscritos, fiquei entusiasmado. Entre os atletas está o Jorge Serrazina, para mim, uma referência do Trail nacional. Decidi tentar acompanha-lo até conseguir. Soou o tiro da partida e segui atrás dele. A perseguição acabou ao km 3. Ahahahah. Lá fui então sozinho e com ritmo mais moderado, voltando assim ao objectivo inicial.

Até ao Km 15 senti-me muito bem e prosseguia sem qualquer dificuldade, depois é que foram elas!!!
O cansaço dos treinos e do calor que se fazia sentir começou a deitar-me a baixo. Sem desistir mas também sem cerrar os dentes concluí a prova como desejava.

Acabei sem lesões e sem grandes dificuldades. 3h07 28º Lugar na geral.



O próximo é já dia 21 de Setembro, desta vez vou fazer o percurso todo com a minha referência do trail e não só!

POWER PUFF RUNNER :)

sábado, 13 de setembro de 2014

Xico da Boina & Correr Lisboa

Eis que surgiu o convite para pertencer ao grupo dos Guias Correr Lisboa.



Aceitei este desafio com todo o orgulho e com todo o gosto. O objectivo continua a ser o mesmo do 1º Treino:

Juntos vamos por Lisboa a correr!!

Saibam tudo aqui:

http://www.correrlisboa.com/post_detail.php?id=282

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Regresso Parte III

Durante esta semana, tenho mantido a regularidade dos treinos.

Tenho-me sentido bem e com muita força.

Os treinos têm sido mais ou menos ligeiros, sempre em ritmo confortável e com umas rampas à mistura.

A novidade é, no final de todos os treinos além de alongar bem, tenho feito muitos abdominais, flexões, agachamentos…

O reforço muscular é essencial para ganhar capacidade de resistência e ajudar nos troços mais difíceis, como nas subidas descidas acentuadas.

Nas próximas semanas vou incluir o treino do “cozido”.
Hoje eu e o amigo Jorge fizemos a ante-estreia. Uma coisa posso garantir, vai ser duro! 
Em breve explico melhor este treino J

Objectivos para as primeiras provas da época 2014/2015:

07-09 Trilho dos Templários 30Km – Objectivo, acabar bem sem grandes dificuldades
14-09 Corrida Tejo 10Km – Passear à beira Tejo - Acompanhar os Vicentes sub 55'
 21-09 Trail Terras do Grande Lago Alqueva 25Km– Ficar entre os 10 primeiros da Geral.


Nestes dias tenho dito e repetido, “Inês, estou muito forte, muito forte!!!”



segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O regresso anunciado - Parte II

Depois deste treino motivacional, seguiram-se outros que serviram para recuperar o andamento de outra altura, uns mais curtos e mais rápidos, outros mais longos e mais lentos, lá andei pelas ruas e trilhos lisboetas a lutar contra a preguiça instalada.

No fim-de-semana de 15 Agosto fui até a Cidade Neve, ver a família e a mamã que fazia anos.

As saudades já eram muitas e estava a precisar dos mimos da Dª Teté. E ela dos meus pois claro, não fosse eu o seu Xiquinho que tem ter cuidado com as corridas para não se magoar e não ficar magricela!

No dia da festa, num dia de muito calor fizemos um picnic na floresta, para aproveitar o melhor que tem a Serra.

Nesse dia não era dia de treinar, mas sim de relaxar. Ainda assim fui caminhar com a Inês, Eduardo, Xandinha e os sobrinhos Rodrigo e Joana da Floresta até ao Bairro da Biquinha.

Fomos pelos trilhos até a Biquinha beber um cafezinho e depois voltamos, são menos de 3km (ida e volta).

Nessa caminhada estipulei que quando regressar faço um treino à seria.

Mateus Fernandes – Data Center – Rosa Negra – Mateus Fernandes.

Deve ser durinho…

No dia seguinte, eu e a Inês já tínhamos estipulado que íamos até ao Vale do Rossim, com o intuito de fazer um treino até a Nave da Mestra.



Este é um troço que fez parte do OMD 2014 e que me custou bastante fazer, não pela dificuldade, mas sim pelo desgaste acumulado da subida da garganta da Loriga.

Começamos então junto ao café do Vale do Rossim, seguimos pela margem da barragem, num terreno de areia fina e pedras de rio.

Seguimos depois pelo trilho marcado por mariolas até a Fraga da Penha.

A Inês adorou a paisagem.



A partir daqui a minha memória atraiçoou-me um pouco e andamos um pouco à deriva pela serra atrás das mariolas que podem encaminhar-nos a vários destinos.

Até que apareceu do meio do nada o André Castro, vencedor do OMD K160.

Cumprimentamos o rapaz e perguntamos se íamos bem para a Nave da Mestra, mas ele disse que não conhecia, e que não tinha visto a paisagem que descrevi, pronto, estávamos enganados.

Voltamos para trás, e encontramos dois caminheiros, que nos explicaram onde era, estávamos muito perto, faltava apenas 1.5km.

Assim que chegamos ao cimo da rocha e avistei a relva amarelada, disse a Inês, é aqui. Tenho a certeza.

Era mesmo, descemos a fenda e chegamos então a Nave da Mestra.




Além da magnifica paisagem existe uma casa construída no meio das rochas, o que mais me impressiona é o silencio absoluto que se sente. O vento entra pelos ouvidos dentro de uma forma única. É como se a estivesse em diálogo connosco, mostrando toda a sua força.

Há varias histórias sobre a origem da casa, uns dizem que foi construída por um juiz para curar a esposa que sofria de tuberculose, outros dizem que o juiz construiu a casa para fugir da guerra, outros dizem que ali foi o primeiro Sanatório para tratamento de tuberculose. Eu prefiro a última.



Este regresso serviu para matar saudades da família, mostrar a Inês um pouco mais da Serra e claro, recordar as sensações que tive naquele dia.

sábado, 23 de agosto de 2014

O regresso anunciado Parte I

Com este título, bem podia falar sobre o regresso a casa do Nani, mas não. Falo mesmo do regresso aos trilhos do Xico da Boina!

Há umas semanas, fiz um treino em ritmo leve com o amigo Bruno e Sandro pelos trilhos de Monsanto.
O objectivo era chegar ao restaurante panorâmico para observar a vista sobre a cidade de Lisboa. É magnífica!

Sinceramente fiquei surpreendido com a vista sobre a Cidade. Tive pena de não ter levado a máquina fotográfica. Felizmente existem os telemóveis e o Sandro tirou fotos espectaculares.

Aqui fica o exemplo de uma dessas fotos.


Em breve irei lá novamente e levarei a máquina para vos mostrar como é.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Binne & Pastilhas

5 anos que parecem 5 séculos.



Cinco anos que parecem cinco seculos, pela tamanha saudade que me invade. Também podiam ser 5 anos que parecem 5 dias pelas boas e sinceras memórias. Parece que foi ontem!

Naquele dia, o tempo parou, o chão fugiu dos pés, as forças desapareceram.

Não acredito, é mentira, foi engano, não pode ser, não, não, não.

De seguida foi pensar com calma que alguma coisa posso fazer por ti, mas o que? Nada, rigorosamente nada!

Queria acordar a transpirar e saber que tudo não passou de um pesadelo, mas não, não mesmo!

Não tínhamos chegado aos 30.

Desta vez estávamos a iniciar uma nova etapa separados. Recentemente tínhamos concluído uma juntos. Acreditávamos que tinha sido a mais importante e difícil. Era verdade, pelo menos naquele momento era a mais pura das verdades.

O nosso caminho era paralelo. Tu por Cantanhede e arredores e eu por Lisboa.

As mesmas ambições, o mesmo querer, a mesma perseverança. Caímos, levantamo-nos e cada vez mais fortes e audazes.

Todos os dias a mesma rotina, sair de casa antes das 8h (quando antigamente chegávamos a casa a essa hora) rumo ao trabalho. Tu de carro, eu a pé.

Naquele percurso que fazia lembrava-me muitas vezes de ti, “lá vai aquele gajo pó trabalho”… Ao final do dia a mesma coisa. Desta vez eu subia a avenida e tu de regresso.

Trocamos várias mensagens nesse percurso, altura em que andava com uma pancada de fazer uma novela em SMS. Protagonista: Ti Tó e seu rebanho.

Que comicada!

Um dia muitos dos sonhos foram por água abaixo.

Continuei a descer e a subir a avenida contigo, mas desta vez sabia que o tal caminho paralelo tinha acabado e era apenas uma recta.

E assim continuam os meus dias com a mesma rotina matinal, com a diferença que vou de autocarro em vez de a pé. E tu lá vais comigo todo o santo dia.

Quando acontecem estas coisas pensamos sempre que devia ter feito isto, ter dito aquilo, não ter feito isto… Há sempre um sentimento de arrependimento de qualquer coisa.

Mas eu não o tive e com o passar dos anos continuo a não ter. Fizemos tudo e dissemos tudo o que queríamos e, as vezes, o que não queríamos. Entendíamo-nos nas diferenças e na teimosia. Diga-se de passagem que não sei quem seria mais teimoso.

Como dizias e bem, ninguém teima sozinho.

Enquanto escrevo estas linhas mais certezas tenho que são 5 séculos e não cinco dias.

Tenho saudades tuas puto!


Aquele abraço

Cantavas esta muita bem. Lollll!!!!


terça-feira, 22 de julho de 2014

Monte da Lua

Muito se tem falado desta prova, e parece-me que as conversas continuarão por mais uns tempos.

Antes de começar o desafio, já a Organização estava a ser criticada, a meu ver injustamente, pois as criticas mais referidas eram, preço, hora de levantamento do dorsal, falta de duche…

Preço: Se acham caro pura e simplesmente não se inscrevam, ou será que o vício é tal que estão desejosos de participar em tudo que é trail e até 50€ pagavam se fosse preciso!?
Preço da Prova – 18€ a 22€
Preço da Meia Maratona Rock’n’Roll – 16€ a 22€
A prova Monte da Lua não contava com os patrocínios da Vodafone, EDP, RTP, etc. Fazendo as contas ao Km esta fica mais barata e não conta com os referidos.

Hora de levantamento: igual a todas as outras provas que tenho participado, nem percebi as criticas. Ou se levantava o kit nos dias antes na Quinta da Regaleira em Sintra ou no próprio dia no local da partida.

Falta de balneários: Bem de facto a seguir as provas sabe bem uma bela banhoca, mas desta vez não houve. Havia apenas as águas “quentes e calmas” do mar das Maçãs ou os chuveiros da praia.

ADOREI a prova.

O passeio pela Serra de Sintra recebeu-nos de uma forma magica. Parecia um bosque encantado do género do Harry Potter. Pensei várias vezes nos Maias e na forma brilhante como o Eça conseguiu descrever ponto por ponto Sintra e a sua misteriosa aparência.



Entrei pelo bosque adentro pisando o chão castanho avermelhado com folhas caídas e molhadas da chuva da noite anterior. Uma ligeira neblina no horizonte acompanhada pelos pinheiros verdes e altos a perder de vista e raízes no chão que me mantinham atento ao percurso e às fitas laranjas que me iam guiando pela floresta.

Chegado ao fim da floresta pensei que a parte mais difícil tinha passado e a partir daí era sempre a rolar rápido, não podia estar mais errado.

Não sei se vi mal o gráfico da altimetria que a organização enviou nos dias antes ou se realmente era enganador.

Cheguei então à beira mar com uma vista deslumbrante para o Cabo da Roca, tive que tirar uma foto antes de me preparar para descer dali até ao Mar e voltar a subir pela arriba cima.



Nesse momento pensei, deve ser só mais esta subida. Errado! Foram mais 3 ou 4, cada uma pior que a outra. Ao cimo de um desses “V”s avistei 3 atletas no topo do tal “V” e pensei:

“Vou apanha-los. É difícil, tenho que descer e subir isto tudo. A distância ainda é longa mas vou alcança-los”.

Dito e feito. Lá fui a “esquiar” por ali abaixo e a trepar que nem um Xerpa, até os conseguir ultrapassar um por um. Não ambicionava subir na classificação geral. Estes “companheiros” serviram como uma motivação, pois ando mesmo preguiçoso, e não tenho a mesma capacidade de auto motivação desde o OMD. Na prova várias vezes “desisti” de correr e entro pelo caminho mais fácil e confortável. Não percebo o que se passa com o atleta Xico Da Boina!

Estarei com falta de ambição? Desmotivado?

Estarei resignado à minha condição de atleta e lugar no pelotão?

Estarei a sentir falta de um desafio?

Estarei cansado?

O que sei é que hoje, estou mais motivado que ontem. Espero que este estado de espirito não me abandone e que retome os treinos de forma séria e metódica o quanto antes!

Sim, consegui um tempo e uma classificação fantásticos, motivo que me deixa orgulhoso, mas uma vez mais soube a pouco e não entendo porquê!!! 

6º lugar da Geral com 3:03:47!!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O Regresso

Nos últimos tempos, mais ou menos há um mês estou sistematicamente a combater a preguiça que se tem instalado no meu corpo.

Não sei se é do calor ou da minha vida profissional, o que sei é que estou tão confortável no sofazinho e até prefiro ficar em casa em tarefas domesticas que sair para treinar. Isto está mesmo difícil, apesar de o meu regresso ao ginásio até esteja a correr bem.

Falando no ginásio até tenho gostado das aulas e reconheço os benefícios que tiro dos treinos, mas sinceramente, não sou bicho de ginásio! A logística aborrece-me, fazer saco, chegar ao ginásio, equipar, treinar, tomar banho, vestir, arrumar saco, voltar para casa, jantar e bla bla…
Tanto tempo perdido!

Correr é muito mais prático, chego a casa equipo-me, saio para treinar, tomo banho e pronto, estou em casa, muito mais fácil e barato!

Não costumo treinar as sextas-feiras, mas hoje tinha mesmo que ser, ando tão baldas que até já sinto vergonha.

Na última semana tenho visto alguns amigos a retomar a actividade física, isso deixa-me muito contente.
O Vasquinho e o Serginho, dois grande amigos de infância sempre foram rapazes e homens do desporto, ele era voleibol, basquetebol, atletismo, futebol, ginásio… depois passado alguns anos foram perdendo esses hábitos, assim como eu também os perdi. Agora com uns quilinhos a mais, eis que sentiram a necessidade de fazer algo pela saúde e aí andam eles todos contentes a publicar fotos no facebook todos transpirados e acima de tudo com cara de felicidade, apesar de todo o esforço.

Não sei se contribuí com alguma motivação adicional para vocês, uma coisa é certa, vocês hoje foram a minha motivação. Pensei para mim, se o Vasquinho e o Sérgio estão a esforçar-se e conseguem treinar com este calor, eu também vou ser capaz.
Aqui fica uma foto tirada hoje para vocês que são tão ou mais fortes que eu!



Tenho a certeza que se correm com esta temperatura e estão motivados, quando a temperatura baixar vão gostar ainda mais e continuarão a melhorar a forma física.


Bem hajam amigos!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Lisboa Bike&Running

Este post, podia ser apenas uma frase:

Esposição Bike&Running, uma valente “chachada”!

Como não gosto de falar mal só porque sim, passo a explicar a minha desilusão:

Quando penso em feiras temáticas, penso em encontrar produtos que não é usual ver a venda em qualquer lado. Penso encontrar alguns produtos a melhores preços, campanhas, as melhores marcas da especialidade, marcas novas. Penso encontrar novos temas, novos desafios, novos conceitos, enfim, procuro encontrar alguma coisa nova.
Pois bem, nada disto aconteceu. A Adidas e a Nike, marcaram presença em stands “partilhados” com a Sportzone e ProRunner, mas nada de novo. Mesmo nada. Estarem ali ou nas lojas a alguns metros da FIL era exactamente a mesma coisa.
Salomon, Puma, Salming, Asics, Rebook, Berg…, nem vê-las!
E os atletas patrocinados por essas marcas? Nada, népia, nient…!
Bem podiam ter sido convidados para falar um pouco com os milhares de atletas amadores que buscam conselhos e opiniões, ou simplesmente autografarem uns artigos por eles comercializados. Digo eu que não percebo nada disto.

Pensando um pouco melhor sobre este evento, nem tudo foi mau.
O Correr Lisboa marcou presença nesse evento, e eles sim tinham algo de útil para informar aos atletas que por lá passaram. Comemoraram o 1º aniversário da SecretRun com uma corridinha por ali, fizeram treinos técnicos e treinos de corrida “normal” aberto a todos os participantes de forma gratuita. Divulgaram o site Runbonus e distribuíram alguns brindes a todos os que por ali passaram. Vá lá… alguma iniciativa!
No domingo lá marquei presença no treino de 14 km em ritmo confortável entre atletas bem dispostos e simpáticos.

O Arrabida Ultra Trail também marcou presença para apresentar a prova que será a 16 de Novembro deste ano e também lançaram um desafio. Percorrer 5km em menos de 30 min numa passadeira.
Escusado será dizer que aceitei o desafio e que o ultrapassei com distinção e assim ganhei um dorsal para essa prova, podia ter escolhido a distancia máxima (80Km) mas fiquei pelos 22km que é mais que suficiente. Guardarei as forças para outra “guerra”.

Quanto as bikes, bem, este não é o meu tema, ainda assim, dei uma vista de olhos pelos stands e consegui ver algumas promoções com 20 e 30% de desconto e ainda vi demonstrações de trial que fez grande sucesso entre os espectadores. Aquilo não é para “meninos”! J

Para o ano voltem a repetir a exposição, mas façam-na como deve ser e não apenas como uma extensão das lojas de desporto.


Xico da Boina, não gostou mesmo nada disto e os 5€ pagos só valeram a pena pelo dorsal conquistado e pelo convívio dos amigos do Correr Lisboa.

sábado, 28 de junho de 2014

Musica oficial do Xico da Boina

Todas as relações têm a sua musica.

Quando ouvimos uma determinada cantiga, essa tem o poder de nos transportar para um local, lembra-nos de uma determinada pessoa e ocasião.

Lembro-me em miúdo de ter uma cassete de 60' com apenas uma musica, ouvia a cassete de traz para a frente e era sempre igual, era isso mesmo que pretendia.

Lembro-me dos meus tempos de "jogador" de voleibol ouvir uma cassete com vários hits dos anos 80/90.
Nessas viagens, dividia o walkman com o Pretinho (Hugo Ranito), lá íamos nós a ouvir as grandes guitarradas.
Ao falar nisto, parece que nos vejo no banco da frente da carrinha dos NVE a curtir o som.

Por exemplo, quando oiço a Ava Adore dos Smashing Pumpkins lembro-me de um acampamento que fizemos no Covão da Ametade, eu, o Simão, Teixeira, João Daniel, Pedro e o Bamba.
Ali estávamos nos, nas noites frias de Agosto a contemplar o céu, as estrelas, a ouvir musicas, a cantarolar, ou apenas a conversar sobre o presente e futuro.
Por acaso não sei se eles também ligam esta musica a esse acampamento de verão, ou se têm outra qualquer, ou simplesmente não ficou associado a qualquer musica.

Outro exemplo, a Sit down do James, transporta-me para Maio de 2000, altura que andava completamente ansioso com o meu Sporting, estava a beira de ser campeão e quebrar o jejum de 18 anos, esse mês coincidiu com a Semana Académica da UBI que recebeu os James e nós (eu, Simão, Luzio, Bamba, Gonçalo, Teixeira) andávamos em "alta rotação" a espera que chegasse o momento de festejar. Todos os fins de semana nos juntávamos a ver o Sporting e apostávamos no resultado final a troco de umas minis. O objectivo era claro, o convívio e celebrar a vitoria. Mês magico aquele, parece que nos vejo no Solverde a ver a bola e a gritar que nem uns leões!
Podia continuar por aqui a procurar na minha memória, musicas que me fazem lembrar de determinados momentos.

O Xico da Boina já escolheu a sua musica. É novinha como o Boina.


Escolha óbvia! :)

domingo, 22 de junho de 2014

Portugal no Mundial 2014

Podia escrever muitas palavras para tentar descrever o que penso sobre este Mundial e sua realização no Brasil, país cheio de oportunidades e com tantas e tantas dificuldades.
Ainda se lembram do sorteio para formar os grupos? Que vergonha para o desporto e em particular para a entidade maxima do Futebol.

A convocatoria do PB também foi muito discutida, em especial porque muitos jogadores convocados não estão nas melhores condições fisicas, outros que estiveram em melhor plano e apresentam melhores condições ficaram em casa comodamente no sofá em vez de estarem a sofrer com o calor e humidade brasileira.

Por falar em condições climatéricas, será que o local escolhido para o estágio foi o melhor?
E.U.A e depois Campinas? Não teria sido bem melhor um local mais proximo onde iriamos jogar, um local com condições climatéricas mais exigentes para que pudessemos estar preparados para as dificuldades encontradas nos dias de jogo!?

Nã... Nada disso teve importancia, o culpado foi mesmo o bruxo do Gana que fez com que houvesse 10, 10 lesões musculares.

O que mais me irrita mesmo é a arrogancia do PB e eu até que gostava dele, aquela nova tecnica de falar com a mão a frente da boca para que não se perceba o que está a dizer é qualquer coisa de extraordinário! Quem não deve não teme homem!


Lisboa ECO Marathon - Corredor Verde

Ontem, 21 Junho dia que se comemora o solstício do verão, realizou-se a Lisboa Eco Marathon.
Prova organizada por Sportscience constituída por dois percurso, 42Km e 19Km.
Caracteriza-se por ser uma prova entre a serra e a cidade, liga Monsanto ao Marques de Pombal, de cariz solidário, onde as receitas revertem para a Casa dos Rapazes, Terra dos Sonhos, Refood e Casa das Cores.

Links para mais informações:
Refood

A minha escolha foi pelo percurso mais pequeno, uma vez que ainda estou a “ressacar” o OMD.
Assim, lá me dirigi para o Parque do Calhau cerca de uma hora antes do tiro de partida, estava de facto um dia bem bonito e agradavelmente fresco, ali estivemos em amena cavaqueira com alguns atletas, irremediavelmente com o tema principal as corridas e distancias, tempos, etc.
Excelente ambiente sem as confusões habituais das provas de grandes massas.

Pelas 21h soou o tão aguardado tiro de partida, os 434 atletas fizeram-se a estrada munidos de frontais, para iluminar o caminho. A essa hora ainda não era necessário, pois o sol ainda nos fazia companhia. Segundo as noticias, o por do sol estava previsto para as 21:15, pareceu-me a mim que foi um pouco mais tarde. De facto é engraçado e curioso um dia com tanto sol, foram cerca de 14h, bem bom!

Este dia trouxe-me a memória uma das minhas provas sonho, Maratona do Sol da Meia-noite, realizada em Tromso na Noruega também realizada neste dia 21-06. De acordo com o que tenho lido, nesta cidade não há por do sol entre 21-05 e 21-06. Espantoso este nosso Mundo!

O percurso da prova foi bastante interessante, desenrolou-se entre as estradas de alcatrão, trilhos de Monsanto e ciclovia com algumas subidas e descidas.
Deu para perceber que este meu período de férias e repouso influenciou (pela negativa) a minha performance, principalmente nas subidas um pouco exigentes as pernas não respondiam como eu desejava. Já nas descidas estive forte o que permitiu recuperar algum tempo perdido.

Tinha como objectivo fazer os 19km abaixo de 1h e 45min, afinal de contas não estou na melhor forma.
Por sorte ou azar, a prova teve apenas 15Km e a chegada no parque Eduardo VII o relógio marcou 1:16:26. Depois de sentir algumas dificuldades durante a prova, fiquei satisfeito com o resultado alcançado.
Alcancei o 28º Lugar na Geral em 434 atletas e 15º no escalão em 145 atletas.

Melhor ainda foi que no final da prova havia comes e bebes para repor as energias. Não pude deixar de petiscar e beber umas imperiais e confraternizar com alguns colegas atletas.


Fica a promessa que no próximo ano volto e mais forte!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Coincidências...

Numa sexta-feira ao fim do trabalho, (faz hoje 15 dias), saí de casa para fazer um treino longo que chamei por trail urbano, uma vez que se realizou pelas ruas de Lisboa, cidade da 7 colinas. Saí de casa sem trajecto estipulado, o objectivo era mesmo passear pelas ruas de Lisboa.

Nesse mesmo dia entrei de férias, e publiquei no Facebook a nova música do SirAiva com a participação do Carlão (PacMan) "Brinca na Barriga".

Brinca na barriga, João Pestana cai
Brinca na barriga, o sol levanta e sai…

Nesse treino, numa das ruas da capital, adivinhem por quem passei!? Carlão, pois claro.
Tive que o elogiar pela nova música, “Carlão, grande som que tens” ele agradeceu simpaticamente.

Não sei se ele sabia de qual falava, na verdade, nem eu, porque adoro o "Brinca na Barriga", mas gosto ainda mais de outra. A musica que andei a ouvir na semana anterior ao desafio OMD. Ouvi, ouvi, ouvi, incansavelmente e na Serra ainda a cantarolei pelas montanhas fora.

A ti, minha maldita mochila dedico esta musica:


AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH...


segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Oh Meu Deus não acabou!?

O Xico da Boina está de volta passado uns bons meses de inactividade, tantos que já nem sabia a password.
OMD não acabou, mas não pensem que vou andar por aí a correr 72 Km em alta Montanha fim-de-semana sim fim de semana não.
Esta aventura começou no Natal 2013, quando fui “desafiado” por dois amigos, para fazer a Prova OMD 60Km, com início e chegada na Covilhã cidade neve. Feliz, ou infelizmente a edição 2014 foi totalmente diferente de 2013, mudou-se para o município de Seia e sofreu um “upgrade” e passou a ser OMD 72Km.
Quando recebi o primeiro e-mail a informar a mudança para Seia, fiquei desmotivado e pensei em desistir, porque o propósito de correr na Covilhã tinha perdido o efeito, mas pensei, que se lixe, vamos lá embarcar nesta loucura.
Passado uns meses, tive a notícia do tal “upgrade”, dessa vez, apenas encolhi os ombros e pensei, quem faz 60km faz 72km!
Nestes 6 meses, treinei muito, muito mesmo, de 1 de Janeiro até 6 de Junho foram 922 km em corrida de estrada e de Serra, muitas provas, meias maratonas, trails de 25, 30 e 52Km, muitos km em piscina (não consigo medir os km mas foram alguns), treinos de reforço muscular, descansar bem…
Fazendo as contas, no final desta semana, atinjo os 1000km, será que também tenho que ir à revisão como o meu amarelinho!? 
Como disse anteriormente, o OMD começou em Dezembro, mas há um momento que marca esta aventura.
Como a Inês não conhecia bem a Serra da Estrela, decidimos marcar férias no período da prova, assim passávamos uns dias na Serra, e posteriormente praia com eles! Um Ultramaratonista também descansa ou pensam que isto é sempre nos limites!?
Passeamos muito pela Serra da Estrela, Belmonte, Guarda, Piodão, Vide, Louriga, Sabugueiro, Unhais da Serra… deixei umas coisinhas para as próximas visitas.

Num desses passeios, julgo que na quarta-feira antes da prova passamos pela Torre e saltou-me isto à vista…



Parei o carro e tirei a foto, naquele momento começou realmente o OMD!
A partir desse dia em todos os nossos passeios víamos fitas e mais fitas, até parecia que me estavam a seguir, o que na realidade eu é que as devo seguir para que tudo corra bem e não me perder pela serra fora (o que não seria nada de dramático, estaria sempre em boa companhia).

No sábado acordei muito bem disposto, o que é normal em mim, mas naquele dia estava verdadeiramente feliz e cheio de adrenalina. Passavam da 6:15 da manhã, eu e o Luzio, (companheiro desta e de outras grandes aventuras) seguimos até a partida da Prova.
Estava tanto nevoeiro que não víamos nada das Penhas da Saúde até a Lagoa Comprida, mas o S. Pedro foi amigo e não nos quis castigar mais do que já estava estabelecido!

Ah… ainda não disse, nesse dia decidi correr de bigode!
E porque? 
Para aligeirar a coisa, foram muitos meses de rigor e sacrifício, este dia seria de divertimento e boa disposição e para isso estava lá o Sr do Bigode como me auto intitulei. 
Na partida ouvimos as recomendações da Organização, que nos alertava para os perigos da Serra. Soou a buzina às 8h em ponto, lá vou eu e o Luzio juntamente com mais uns 30/40 companheiros de luta atras do carro da policia que nos levou até ao cimo de Seia, e fim do alcatrão. Foi um início de prova muito difícil, sempre a subir e em alta velocidade, não sei se provocado pelo carro ou pela adrenalina dos participantes.

Passamos pela “cabeça da velha”, mas quase de certeza que a maior dos atletas não se aperceberam, pois passamos pelo sentido contrário e para ver a dita imagem era preciso olhar para trás, eu como conheço ainda disse ao Luzio para ver, mas acho que não prestou muita atenção. J

Chegamos a Sra. do Desterro, e aí chegou também o meu maior tormento para o resto da prova. Estava então no 8º Km quando senti necessidade de beber agua, recorri a minha rica mochila que tem um reservatório de água que ligado a um tubo faz com que beba agua directamente da mochila. Decidiu não funcionar… em bem “puxava” a água mas da mochila nem uma gota vinha… Naquele momento veio tudo a cabeça…

Parei ao 9º km e perdi o contacto com o Luzio nesse momento.
Tirei a mochila, vi se os tubos estavam dobrados e não permitiam a água “rolar”, mas o problema permanecia, e naquele momento pensei, não posso sair daqui sem uma solução, assim não me safo e não consigo chegar ao fim. Como a mochila não é mais teimosa que eu, depois de um grande e acesso dialogo, o Sr. do Bigode disse: “Não funcionas pois não, mas eu vou acabar isto quer queiras quer não, vou te encher de água e depois sempre que quiser beber, paro, tiro a mochila, encho o bidon e por aí fora…” e assim foi.
Esta logística tirou-me muito tempo de corrida, mas deu-me muitas e boas paisagens, ganhar nunca foi o objectivo, só queria mesmo chegar ao fim da prova sem lesões e sem grandes mazelas.
Este percalço tornou-me mais forte, tive tempo para apreciar a paisagem, comunicar com amigos, através de telefonemas, sms, facebook…
Há uma celebre frase que diz “o que não nos destrói torna-nos mais fortes”, mas prefiro a sms do Teixeira que li a caminho da Torre “se fosse fácil todos faziam, se não fosse difícil não seria grandioso”, obrigado amigo!
Respondi-lhe passado uns largos minutos, porque queria que fosse numa fase da prova igualmente grandiosa, foi praticamente por cima do vale glaciar, que paisagem fantástica!
Passado minutos desta sms de ânimo recebo uma chamada do João Santiago:
“Então meu onde estás?” 
"A chegar a Torre" respondi.
“Estou a subir de Loriga, achas que ainda te apanho na Torre?”
Respondi que não, e provavelmente só no vale do Rossim. Entretanto fiquei sem rede e lá continuei a caminho até ao ponto mais alto de Portugal Continental debaixo de um forte vento e um cerrado nevoeiro.
Chegado ali, quase chorei de satisfação. Ora bolas, vinha a subir há mais de 11 km!



Toda a gente merece ir a Garganta da Loriga e ao Covão da Nave, Covão da Areia… aquilo é lindo, lindo, lindo, só me apeteceu sentar e fazer uma belo piquenique, mas faltava-me o vinho, o queijo e o presunto. Aqui troquei sms com a Joana que estava preocupada com os amigos atletas.

Entrei na torre da GNR, enchi a mochila de água, comi e bebi e lá segui, comecei a descer em direcção da tal bandeira e quem lá estava? O João Santigo dentro do carro ao quentinho, bandido!!! Parei, trocamos uma breves palavras, dá ca 5 e até já! Valeu amigo, valeu mesmo, nem tenho palavras para te agradecer tamanha solidariedade!

Entretanto liguei a Inês, que já devia estar a concluir a prova dela, K25, correu tudo bem, uma prova mais dura do que estava a pensar, mas acabou de boa saúde, e melhor dos melhores, ficou em 3º Fem Geral, que orgulho meu amor!Mesmo que não tivesses ficado no pódio eu tinha orgulho! Posteriormente fiquei a saber que a Cláudia também tinha concluído a prova e que estava tudo bem! 

É o que se quer… tudo satisfeito!

Lá continuei pela Serra fora, chegado a Nave da Mestra, tive que parar por uns instantes tal é a beleza daquele local, bebi a água toda que tinha e lá segui até ao Vale do Rossim, onde estaria o João Santiago, a Susete (que entretanto já tinha falado com ela ao telemóvel a informar que apesar do percalço estava tudo bem).
O João como é mais maluco que eu, esperou por mim junto das fitas laranjas, mas das fitas dos loucos do K100 e K160 J, já só o voltei a ver em Seia, mas antes ainda falamos, estava eu no sabugueiro Km 60, fresquinho, a falar ao telemóvel e tudo.
No Vale do Rossim, abasteci normalmente, estava lá a Susete, e a Carolina que me ofereceram uma série de coisas, mas só bebi água de limão com magnésio, trocamos umas breves palavras e lá fui eu.
Consegui alcançar o colega da frente, e fizemos companhia um ao outro por alguns minutos, o rapaz descia muito rápido e eu não estava para aí virado… queria ir nas calmas e acelerar só mesmo a subir, meus ricos joelhinhos, há que os preservar que só tenho estes dois!
Passei o Sabugueiro, aldeia mais alta de Portugal, Povoa Velha, uma aldeia perto de Seia, inserida num Pinhal, onde se respirava ar puro.
A chegada a Seia, foi sempre a subir mas nessa altura já vinha por tudo, se naquele momento recebesse um e-mail a informar que tinha sido feito um upgrade para 80K eu continuava por aí fora. J

Aqui estou eu passados 72 Km e uns trocos, 9h e 55min.



Ah… ainda assim fui 6º na Geral, nada mau para a estreia do Sr. do Bigode!

Como as conquistas não são individuais, quero agradecer a todos os meus familiares, amigos, colegas de trabalho que me foram aturando ao longo destes 6 meses, ouvindo esta conversa da corrida. Mesmo não gostando ou não percebendo do tema, estiveram disponíveis para ouvir.

Agradeço a minha equipa e todos os seus atletas Correr Lisboa, por toda a disponibilidade e ajuda.

Ao Pedro Luzio, a Inês Barradas e a Cláudia Rato, companheiros desta grande aventura e também a todos os atletas com que me cruzei ao longo destes meses.

Um agradecimento especial a organização, Horizontes Portugal. Foram excepcionais, bem-haja.

Xico da Boina Ultramaratonista!!

O OMD não acabou, ficará sempre na minha memória.